Doenças nos olhos: oncocercose e tracoma
Menos conhecidas pela população, a oncocercose e o tracoma são doenças nos olhos que afetam pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica em diversas regiões do mundo. Apesar de terem causas e características diferentes, ambas têm em comum serem doenças determinadas socialmente, ou seja, possuem relação direta com as condições sociais, econômicas e ambientais em que as pessoas estão inseridas. No Brasil, são mais comuns em áreas indígenas.
Oncocercose
A oncocercose é causada por um parasita (Onchocerca volvulus), transmitido pela picada de mosquitos infectados. É prevalente em comunidades vivendo em áreas rurais perto de rios e afluentes. Se não tratada, a doença pode causar alterações na córnea e consequente cegueira. No Brasil, é registrada apenas no território Yanomami, nos estados de Roraima e Amazonas.
O Brasil está em fase de pré-eliminação da doença, com taxa de detecção de 2,5% obtida no último inquérito parasitológico em profundidade, realizado em 2016. Ainda assim, a falta de conhecimento por parte da população sobre a doença, a concentração geográfica em um território de difícil acesso e com condições de moradia que favorecem o trânsito do mosquito são determinantes sociais que precisam ser enfrentados.
Tracoma
O tracoma é uma inflamação crônica da córnea causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. É transmitida pelo contato direto de pessoa a pessoa ou de forma indireta com objetos contaminados. Afeta especialmente a população de áreas que têm baixa qualidade do saneamento básico. É a principal causa de cegueira infecciosa e é responsável por prejuízos visuais em 1,9 milhão de pessoas.
Atualmente, o Brasil está finalizando o “Inquérito Nacional de Validação da eliminação do tracoma como problema de saúde pública”. As metas de eliminação foram alcançadas nas áreas não indígenas avaliadas.
Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente
De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação de doenças que afetam principalmente as populações mais vulneráveis socialmente. O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS) foi instalado no início do mês de junho.
Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo irá funcionar até janeiro de 2030. O plano inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades – como malária, esquistossomose e hepatites virais - além da transmissão vertical da sífilis, hepatite B e do HIV. A meta é eliminar a maioria dessas doenças como problema de saúde pública até 2030.
Fonte: Ministério da Saúde
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